sexta-feira, 13 de agosto de 2010

2678400 segundos


1 Mês. 31 dias, 744 horas, 44640 minutos, 2678400 segundos.
Dependendo da situação esse tempo pode ser um piscar de olhos ou uma eternidade... E é com esta ultima opção que assisti o último mês passar.
O relógio tardou seu tic tac em 1000 bpm, consequentemente, as horas se arrastavam pelos dias. As semanas tristes, não queriam deixar-me.
Mas, mesmo parecendo anos, hoje se completou um ciclo. Um doloroso ciclo.
Nunca foi tão difícil ver o tempo passar.
Se pudesse voltar a um ano, seria uma maravilha. Lá estava tudo na mais perfeita ordem.
As coisas consideradas por mim mais importantes estavam presentes em minha vida. Eu estava completamente feliz e animada, como, aliás, sempre gostei de levar a vida.
Mas perfeito mesmo seria voltar a um pouco mais de um mês, não para mudar meus atos, por que deles tenho muito orgulho, mas sim, para repeti-los.  Ter essa oportunidade seria uma dádiva. Pois sei que talvez, por muito tempo, ainda não poderei tornar a realizá-los.
Hoje, depois de, exatamente, um mês, tenho um vazio aqui dentro, que sempre dói, às vezes é possível disfarçá-lo com um leve sorriso, outras trás consigo uma tristeza, um desespero, uma solidão que nada consegue ser maior.
Aos poucos fui percebendo que isso poderia acontecer, mas nada consegue preparar nos para esses momentos.
Sinto tua falta não só ao entrar em casa e não te encontrar, não poder te contar meu dia. Não só quando em vez de quatro, coloco três pratos à mesa,
Não só quando não ouço tua voz, ou quando não vejo teu sorriso. Não só quando me perguntam sobre ti, ou quando me abraçam para confortar-me.
Não só quando alguém fala a palavra mãe, ou quando vejo tuas coisinhas que estão exatamente como as deixaste.
Senti tua falta em todos os momentos durante esses 2678400 segundos que se passaram.
É difícil ver que aquela pessoa que te deu os maiores presentes possíveis, a vida, o amor e a família, não estará mais ao teu lado.
Que aquela que ficou, indescritivelmente, feliz com a notícia da tua chegada, aquela que comprou e fez roupinhas, que te cuidou, te alimentou, te ensinou a falar, a comer direito, a se comportar. Aquela que te cobriu nos dias de frio, que te ajudou a estudar, que te levava e trazia da escola todos os dias. Que te ensinou a tomar banho, a dividir, a respeitar o outro. Aquela que o colo te trazia paz e conforto.
Aquela que tu não tens nenhuma dúvida de que foi a pessoa que mais te amou no mundo.
É difícil aceitar que ela não estará mais ao teu lado, que todos aqueles planos que fizeste não poderão ser realidade.
Que meus filhos não poderão abraçá-la, se quer conhecê-la. Que meu diploma, pelo qual ela lutou tanto, não será entregue por ela.
Que ela não conhecerá meu trabalho, nem poderá abraçar-me nas minhas conquistas.
Sei que ela acompanhará tudo de longe, cuidando de mim e guiando-me, mas também queria cuidar dela, abraçá-la, dizer que a amo sempre que sentir vontade, direitos que me foram tirados e sem poder questionar, só tenho as palavras para desabafar e tentar seguir meu caminho, duro caminho.
A vida tem que continuar, existe um por que para Deus ter me colocado aqui, vou cumprir tudo direitinho para aí sim, um dia, reencontrá-la num lugar lindo e com uma paz inimaginável.
Até esse dia chegar, te prometo, mãezinha, seguirei agindo da forma que me ensinaste. Farei tudo para te deixar muito feliz e orgulhosa e acima de tudo, seguirei te amando cada dia mais. Contarei para os teus netinhos tuas histórias e passarei para eles teus ensinamentos.
Sinto saudades, mas sei que do lado de Deus estás bem como jamais estivesses antes.
Um grande beijo, da tua eterna guriazinha.

2 comentários:

  1. Que lindo teu post Tissi..
    Mas fica bem.. um dia vc vai se encontrar com sua ela novamente. =)
    Por enquanto se vc continuar seguindo o q ela de ensinou, já estará respeitando a memória dela.

    ABraços flôr.

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  2. Como comentar esse desabafo que se torna uma lição de vida redigida em palavras tão sofridas? Só posso dizer que nunca poderia chegar perto do sentimento de saudade, desespero, desamparo que estas sentindo agora, mas sou solidária a tudo o que estas passando mana. Talvez possamos chamar de azar, de injustiça, destino, para a tristeza de tu ter perdido a pessoa que mais te amou e que mais amas no mundo, mas a realidade é que estas superando neste dia, o pior momento de todos, o costume de não ter mais ela ao teu lado.
    Hoje mana, é apenas mais um dia do qual consegues te erguer um pouco mais e, sabemos que não está sendo fácil, mas me orgulho em ter a certeza que estas aguentando firme essa rasteira que a vida te deu.
    Em algum lugar neste momento ela está zelando por ti, e te dando a força necessária para aguentar tudo, que Deus te ilumine mana e que possa te dar a sabedoria suficiente para te fazer compreender que um dia estarão novamente juntas.
    Eu te amo muito...

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